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Rua Dias Ferreira, no Leblon, não terá carnaval em 2011, e secretário de Turismo rejeita proposta sobre fusão de blocos

Ediane Merola

RIO - O grito de protesto de comerciantes da Rua Dias Ferreira, no Leblon, contra o excesso de foliões em frente aos seus estabelecimentos durante o carnaval este ano ecoou na prefeitura: nesta segunda-feira, a Riotur anunciou a proibição do desfile de blocos na via, uma das mais charmosas do bairro. A medida faz parte de um pacote de mudanças, que prevê ainda a realocação de blocos em 2011 e a instalação de cinco mil banheiros químicos no percurso das agremiações, que desde segunda-feira já podem apresentar suas propostas para os desfiles do próximo ano. O prazo termina no dia 1 de setembro.
As novidades foram apresentadas pelo secretario municipal de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, que também anunciou a proibição de novos desfiles em Ipanema, Laranjeiras, Santa Teresa, Leblon e Gávea. Pela manhã, o secretário Especial da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, chegou a afirmar, em entrevista ao "Bom Dia, Rio", da TV Globo, que haveria ainda a fusão de blocos. A ideia, porém, está descartada:
- Fusão de blocos, nem pensar. O Bethlem trata de ordem pública. Fusão, só se os blocos quiserem. A prefeitura não vai interferir - disse Antonio Pedro, que também divulgou um balanço do carnaval 2010.
- Foi o maior e melhor carnaval do país. Foram 3,5 milhões de pessoas nos blocos, brincando sem grandes incidentes. Mas precisamos melhorar. Vamos investir em mais banheiros, limpeza e conscientização do cidadão. O carnaval é uma festa fundamental para a cidade, pois gera renda e emprego.
Presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro (Sebastiana), Rita Fernandes disse que a prefeitura pode organizar a rua, o entorno dos blocos, mas não deve interferir na autonomia dos grupos:
- Fusão de bloco não existe. Eles são autônomos, têm identidade. Pode haver redistribuição geográfica - disse Rita, que semana que vem fará uma reunião com os representantes dos 12 blocos da Sebastiana e, em abril, realizará um seminário sobre a participação da prefeitura.
À tarde, Bethlem tentou explicar sua proposta, que não foi aceita:
- Fundir não quer dizer que vamos transformar dois blocos em um. O que não podemos ter é vários blocos num só dia, no mesmo bairro. Mas a prefeitura está se baseando nos relatos deste ano para fazer um carnaval muito melhor.
A realocação dos blocos, que segundo o secretário de Turismo vai depender da demanda para 2011, já ocorreu este ano com pelo menos um bloco: o AfroReggae, que domingo desfilaria na Zona Sul, foi parar na Ilha do Governador e atraiu um público pequeno. Apesar do número de foliões inexpressivo, o regente do grupo, Altair Martins, disse que não viu problema na mudança:
- Escolhemos um lugar pouco visto pela mídia, com alto índice de infestação do mosquito da dengue. A gente veio aqui trazer toda a energia do AfroReggae para conscientizar a população sobre esse problema.

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