METRÔ IPANEMA




Bloco dos descontentes

Usuários do metrô reclamam da superlotação de trens e estações no carnaval

Luana Soares

RIO - Quem atendeu ao apelo das autoridades e deixou o carro na garagem durante o carnaval, optando por utilizar o serviço do metrô para não tumultuar o trânsito, já confuso por conta do desfile de inúmeros blocos, se arrependeu. Como a demanda de usuários foi grande, formaram-se filas gigantescas para a compra de bilhetes. O embarque nas plataformas também foi confuso, assim como o acesso às estações, já que as escadas rolantes estavam desligadas. Para piorar, o sistema de refrigeração deixou a desejar. Os foliões encontraram mais problemas nas estações Arcoverde, em Copacabana, General Osório, em Ipanema, e Carioca, no Centro, todas localizadas em locais de grande concentração de blocos.

" O sábado de carnaval parecia uma segunda-feira na hora do rush "

Segunda-feira, após a passagem do AfroReggae por Ipanema, a estação General Osório foi tomada por foliões. Uma multidão teve que se aglomerar na estação à espera das composições. Além das fantasias volumosas, muitos usuários precisaram brigar por um espaço com vendedores ambulantes que estavam no local com isopores.
- É só terminar um bloco que começa essa confusão aqui na frente. Pelo menos, ainda não vi briga - disse Elizabeth Toledo, de 57 anos.
Para fugir da confusão no metrô, que ele experimentou nos outros dias de folia, o estudante Marco Antônio Mattos, de 22 anos, morador da Lapa, preferiu ontem pegar um ônibus.
- A linha que eu utilizo não oferece coletivos com ar condicionado. Em compensação, não é uma sauna como o metrô - reclamou.
Assim como ele, diversos foliões saíram insatisfeitos das estações espalhadas pela cidade. Muitos enviaram suas reclamações para o Eu- Repórter, seção de jornalismo participativo do site do GLOBO. Entre eles, o coordenador de Recursos Humanos Marcelo Santos, de 35 anos, morador da Tijuca.
- O sábado de carnaval parecia uma segunda-feira na hora do rush. Na Estácio, as composições estavam trafegando em intervalos irregulares, às vezes de até 10 minutos - reclamou.
- Sou usuária do metrô, mas durante o carnaval ele está pior do que o normal. No Cordão da Bola Preta, eu fui massacrada pelos foliões. A entrada estava bloqueada pelos seguranças e quando ela abriu foi um inferno - disse a publicitária Mariana Esteves, de 27 anos.
A estudante Karine de Oliveira, moradora do Estácio, diz que o transporte não comportou o volume de pessoas que precisaram do serviço durante o carnaval.
- Se queremos que tudo funcione bem ate 2014 e 2016 tem que começar agora - lembrou.
No site do Metrô-Rio, a concessionária informava que "de sábado a terça-feira de carnaval, entre os dias 13 e 16 fevereiro, o Metrô Rio funcionará 24 horas". Mas, segundo usuários, isso não aconteceu. Paulo Salgado, por exemplo, morador de Brás de Pina, encontrou portões fechados ao chegar de madrugada à estação Vicente de Carvalho.
- Acho fascinante que o principal meio de transporte para turistas se dê ao luxo de divulgar no seu site um horário de funcionamento que não irá cumprir. É uma espécie de brincadeira de carnaval ou algo assim? Estaria a empresa tentando explicitar o seu espírito folião? - questionou Paulo.
" Estaria a empresa tentando explicitar o seu espírito folião? "
De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô Rio, por medida de segurança, apenas as escadas rolantes das estações Central, Praça 11 e Estácio foram desligadas, já que muitos usuários desfilam no Sambódromo e podem ficar com as fantasias presas no mecanismo. A mesma medida foi tomada, apenas nos horários de maior movimento, nas estações Arcoverde e General Osório, após a passagem de blocos. Segundo a concessionária, os acessos destinados a deficientes físicos, como esteiras e elevadores, funcionaram normalmente em todas as estações. Em relação ao intervalo de tempo entre as composições, a concessionária informou que ele foi de cinco a dez minutos, de acordo com o movimento. A assessoria do Metrô Rio admitiu que o ar condicionado não estava dando vazão. Problemas em série nos trilhos
O metrô do Rio vem enfrentando problemas de operação há alguns meses. O mais recente ocorreu na noite do último sábado, quando a Estação General Osório, em Ipanema, foi fechada por causa do excesso de passageiros.
Os usuários que desejavam sair do bairro usando o metrô foram obrigados a se dirigir à entrada da Rua Jangadeiros, na esquina com a Visconde de Pirajá.
A superlotação é a queixa mais frequente e ficou pior depois da inauguração da Linha 1A, que liga a Pavuna a Botafogo sem a necessidade de baldeação no Estácio.
Um problema traz outro. Em alguns vagões superlotados, por exemplo, as portas teimam em não fechar.
Além disso, há reclamações constantes sobre o aumento no intervalo de tempo entre a chegada das composições, que, algumas vezes, superou os 10 minutos. O sistema de ar-condicionado é considerado deficiente em muitos vagões - o calor chega a mais de 30 graus no interior de alguns deles. Além disso, já aconteceram alterações que só foram comunicadas após os passageiros já terem entrado nos trens, obrigando-os a sair para esperar uma outra composição.
Para completar, também houve alguns problemas técnicos que puseram em risco a segurança dos usuários. No final do mês passado, o último vagão de uma composição se desprendeu dos demais no momento em que o trem partia da Estação Triagem. Ninguém ficou ferido. Mas, com o vagão "perdido" na Estação Triagem, todos os trens da Linha 2 ficaram inoperantes por mais de 20 minutos.
Dias antes, o sistema de freios de uma outra composição havia travado na Estação Uruguaiana, no sentido Zona Sul, por volta das 16h30m, paralisando os serviços da Linha 1.

2 comentários:

  1. Esse metrô está mais pra Portas do Inferno!

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  2. Voces realmente querem metro em Ipanema?

    Fala serio , isso aqui ja não é mais um bairro elite do Rio.

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