REVEILLON 2009/2010



Réveillon 2010: barraqueiros ainda desrespeitam exigências do Choque de Ordem
Waleska Borges

RIO - Se depender da organização das praias nesta quarta-feira, a prefeitura terá muito trabalho para levar o choque de ordem à orla nesta noite de réveillon. Nas areias do Arpoador ao Leblon, onde está sendo realizado o plano piloto de fiscalização da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop), há muita desinformação entre banhistas, turistas e barraqueiros sobre o que está proibido. Nesta quarta, apesar da fiscalização da Seop, barraqueiros não respeitavam as distâncias entre os pontos, o uso de uniforme pelos vendedores não estava padronizado e crianças jogavam frescobol perto dos banhistas. Sem falar nas garrafas de espumante e comidas de oferendas deixadas na areia.

Sem saber das regras da prefeitura, os filhos da comerciante Adriana Valke, de 41 anos, que veio com a família de Belo Horizonte, jogavam frescobol perto dos guarda-sóis onde estavam os banhistas, no Leblon. Adriana alegou que permitiu a brincadeira porque a praia não estava lotada no trecho:
- É uma questão de bom senso. As regras não devem ser tão rígidas, se não daqui a pouco não poderemos fazer mais nada na praia.
Moradora de Teresópolis, a dentista Carla Pefeiffer, de 37 anos, lamentava a sujeira de flores e garrafas de espumante.
- As oferendas também sujam a praia e uma pessoa pode se machucar com a garrafa - opinou.
Morador do Leblon, Alexandre Fraga, de 36 anos, criticava as regras da prefeitura:
- O choque de ordem não deveria implicar com os barraqueiros, que são trabalhadores.

Enquanto no Leblon as barracas respeitavam as distâncias estabelecidas (de 12 metros) e a padronização, em Ipanema não havia regras. Na altura da Rua Farme de Amoedo, 14 barracas estavam coladas umas às outras. Muitos barraqueiros não usavam uniformes e outros trabalhavam sem camisas. Os barraqueiros alegavam que estavam no local com autorização da prefeitura e que não tinham recebido nem barracas nem uniformes novos. Apesar da desordem, os ficais da Seop que estavam na praia disseram ter recebidos ordens para não impedir o trabalho dos barraqueiros.
- Eles (a prefeitura) me colocaram num ponto que não era o meu. Reclamei e voltei para meu ponto antigo. A prefeitura também reduziu o número de cadeiras que podemos alugar. Por causa disso, precisei aumentar o preço do aluguel da cadeira de R$ 3 para R$ 5 - disse um barraqueiro que trabalhava de sunga.
A Seop informou que a padronização das barracas e dos uniformes só ocorrerá totalmente no início de janeiro.

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