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Nossa webdesigner conta sua experiência com as câmeras analógicas Lomo

Barbara Veloso

Eu estava louca por câmeras analógicas há algum tempo, apesar de não ter experiência real em fotografia: com as digitais, só sei ajustar o mínimo, focar e clicar - fora do automático, me viro pouco. E já andava pesquisando bastante sobre lomografia e sobre como importar câmeras analógicas e filmes especiais quando ganhei de presente, há dois meses, uma Diana F+ Snowcat e uma Fisheye.

Na mesma semana, a loja da Lomography em Ipanema abriu as portas, para ânimo meu e de muitos outros fotógrafos profissionais, digitais ou experimentais - além de admiradores de novidades - que queriam as famosas câmeras capazes das mais diversas variações, saturações e expressões visuais.

As máquinas Lomo, diga-se, nasceram nos anos 80, na velha União Soviética. Quase morreram, mas acabaram se tornando objeto de desejo em todo o mundo. Agora, estão aí.

Para novatos, como eu, as primeiras e tão esperadas revelações dos filmes são surpreendentes. Nem sempre para o bem. Meu primeiro 35mm de 36 poses em escala de vermelho saiu velado, ou quase isso. Ao voltar para a loja de revelação - que já é bastante difícil de se encontrar hoje em dia, após uma hora de espera ansiosa, o atendente me comunicou que o filme estava virgem. Com os negativos contra a luz, descobri que não era bem assim: poucos quadros mostravam alguma imagem.

O rapaz me explicou, então, que não havia revelado nenhuma pose porque as fotos estavam "redondas" e fora de foco, com a cor estranha. Expliquei de volta que era o efeito da Fisheye, aquela que usa a lente olho de peixe e fotografa 170 graus. Ele disse que eu deveria ter avisado previamente - para ele, afinal, aquilo era lixo.

Não satisfeita, escaneei os negativos revelados e três fotos estavam pouco visíveis e bem diferentes da minha expectativa. Fiquei frustrada. Com uma câmera digital eu teria aqueles registros claros (ou impecáveis, pelo menos no meu patamar) e sem metade do trabalho que eu tive com a analógica. Mas não desisti e continuei a aventura.

Comprei mais cinco filmes coloridos, variando a ASA, o número de poses, o fabricante, e fiz como os sites especializados sugerem: saí clicando de tudo quanto era forma, com flashes coloridos, com longa exposição, batendo uma foto por cima da outra etc.

Depois de mais alguns erros, de fotos escuras, tremidas, em branco ou preto, consegui montar um mural que me deu mais satisfação do que qualquer foto digital conseguira: foi um trabalho artístico, manual, suado e mais que isso, um hobby emocionante. Sem mencionar a quantidade de dinheiro que se gasta com as experiências, claro. Um filme 35mm custa cerca de R$ 15 e a revelação, outros R$ 20.

Já a minha amada câmera Diana continua na caixa. Ainda não há filme 120mm colorido - que é ainda mais caro - disponível. Por isso, continua à espera de ser usada.

Mas o principal é que tenho certeza de que a lomografia é recompensa certa para qualquer pessoa paciente disposta a testar. E testar de novo, e de novo, e de novo...

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