VIOLÊNCIA



Motociclista morto em Ipanema pode ter sido vítima dos mesmos assaltantes de médico

O Globo

RIO - Os bandidos que mataram nesta terça-feira o técnico judiciário do Tribunal Regional do Trabalho Ricardo Wagner Lélis Silva, de 39 anos, já estariam sendo investigados como autores dos disparos contra o cirurgião Paulo Athayde Salaverry Lopes, de 54 anos. O médico foi baleado na noite do dia 26 de agosto, quando chegava em casa, na Rua Nascimento Silva, em Ipanema . Ele teria reagido à ordem dos bandidos para entregar a moto e foi baleado na cabeça. A vítima ainda está em coma induzido, na Clínica São Vicente. Já o corpo de Ricardo Wagner deve ser levado para Minas, onde será enterrado.


- Temos algumas informações que levam a bandidos da Zona Norte. É possível que esse crime (a morte de Lélis) tenha sido praticado pelo mesmo bando - afirmou a delegada da 14ª DP (Leblon), Tércia Amoedo.

A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Um dos indícios é que os bandidos sejam de uma favela da Zona Norte. Eles já estariam sendo

O crime ocorreu por volta das 9h30m, quando Lélis parou com sua moto no sinal de trânsito, a pouco mais de um quarteirão de uma cabine da PM. A vítima chegou a ser levada para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo testemunhas, o técnico judiciário estava com uma Yamaha modelo R-1 de mil cilindradas, avaliada em cerca de R$ 53 mil, no sinal da Rua Alberto Campos, quando foi rendido por três homens, que usavam duas motos pretas de 125 cilindradas. Assustado, Lélis acelerou e tentou fugir dos criminosos, que atiraram duas vezes. Ferido no pescoço e nas costas, ele perdeu o controle da moto, bateu na traseira de um Escort estacionado e caiu na calçada, na altura do número 136. A motocicleta ficou manchada de sangue:

- O piloto acelerou muito. A roda dianteira da moto chegou a se erguer do chão, mas ele foi atingido em seguida pelos bandidos - contou um homem que passava pelo local, mas pediu para não ser identificado.

Logo após o crime, policiais civis foram para o local tentar obter imagens das câmeras do circuito de TV dos prédios próximos. Um agente contou que não há imagens, pois os equipamentos apenas filmam, não gravam. Policiais, no entanto, conseguiram localizar uma testemunha que viu os bandidos circulando pela rua horas antes do crime. Ela prestou depoimento, mas o conteúdo não foi divulgado.

De acordo com a PM, o patrulhamento na região de Ipanema e Leblon já tinha sido intensificado, sendo feito 24 horas por dia com carros, motocicletas e a pé. Segundo nota da corporação, 12.150 motos já foram apreendidas em blitzes este ano no Rio. O texto diz ainda que, desde julho, "a PM vem trabalhando para aumentar o efetivo de policiais nas ruas. Ao todo, dois mil homens já foram retirados da área administrativa e colocados para o policiamento ostensivo. Temos informações ainda preliminares de que as estatísticas de roubo de rua melhoraram em julho e em agosto".

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