PARQUE GAROTA DE IPANEMA


Parceria da Prefeitura com iniciativa privada revitaliza áreas verdes


Thaila Frade, Jornal do Brasil


RIO DE JANEIRO - Após cinco meses, foi reabereto neste domingo o Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, reformado através do programa de Adoção de Áreas Verdes, de parceria entre a Prefeitura do Rio e empresas que podem fazer publicidade nos locais que ajudam a preservar.

No parque no Arpoador, criado em 1978, a adoção foi da ONG Instituto E – do empresário Oskar Metsavaht, dono da grife Osklen – e a sandália Ipanema RJ (Grendene). A área de 26 mil metros quadrados recebeu reforma paisagística e recuperação física, como placas indicativas, um observatório ambiental, um novo gradil, portão de acesso à praia e um bicicletário, além de obras de nivelamento do terreno e revisão da drenagem.


– Nada aqui teve dinheiro da iniciativa pública. Escolhi o parque por morar próximo e o Arpoador ser um símbolo para o Rio. Parte da renda obtida com a venda das sandálias ajudará ao desenvolvimento de projetos como este – ressaltou Metsavaht, que guiou o prefeito Eduardo Paes, responsável por reabrir oficialmente o local.

– É fundamental fazermos parcerias como esta, afinal são muitas praças e parques a serem conservados. O Parque Garota de Ipanema conta, por exemplo, com o apoio de empresas que amam o Rio, que são completamente ligadas à cidade. Desta maneira sobra recursos para levarmos melhorias para as zonas Norte e Oeste, menos favorecidas – avaliou Paes, acompanhado pelos filhos, Bernardo e Isabela, pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, e pelo subprefeito da Zona Sul, Bruno Ramos.

Conservação entra em pauta

O prefeito aproveitou a inauguração para lançar campanha a fim de ampliar o Programa de Adoção de Áreas Verdes para outras praças e parques da cidade.

Atualmente, apenas 5% das 1.820 praças e parques públicos (o equivalente a 94 praças e um parque) foram adotados pelo setor privado e a sociedade civil. Paes também pediu o apoio da população carioca na conservação das praças e parques da cidade.

– Não adianta reformar uma praça se a população não a trata com carinho. E sem esse carinho, torna-se impossível para a Prefeitura alcançar o nível de conservação desejado – alertou Paes.

A conservação, responsabilidade da empresa adotante, agrada aos moradores, como o aposentado Pedro Hélio Nogueira, de 70 anos.

– A reforma está boa, mas não podemos esquecer da segurança. Por falta dela e pelo abandono na área, muitos deixaram de frequentar o local – observou.

Com a promessa da presença permanente de uma patrulha policial e da guarda municipal – que tem um posto no local –, a recuperação do parque atende a um antigo desejo da vizinhança, que via a área sendo usada para prostituição e refúgio de moradores de rua, além de ter se tornado um ponto constante de assaltos.

– Segurança ainda é de nossa responsabilidade. O prefeito sinalizou alguns projetos que gostaria de implementar aqui e vamos estudar como se dará – comentou o Subprefeito da Zona Sul, Bruno Ramos.


Considerado um cartão-postal à parte, a pista de skate – também conhecida como bowl – do Parque Garota de Ipanema sediou neste fim de semana a competição patrocinada pela marca de tênis Converse, que foi atraída para o local com a reforma.

– Quando investimos na restauração de um espaço público tão incrível como o desse bowl, estamos na verdade investindo na história de quem já passou por aqui, assim como daqueles skatistas que têm este local como referência cultural, além de área de lazer – afirmou Frederico Naroga, supervisor da divisão Skate da Converse Brasil.

A marca de tênis colaborou na revitalização do parque após boatos de que a pista seria demolida. Com um protesto e abaixo-assinado dos praticantes do esporte, o ex-skatista Cesinha Chaves, que projetou o bowl há 18 anos, a empresa tornou-se parceira do Instituto E, que adotou o parque, e ajudou a revitalizar a área.

– Vimos aqui o encontro entre as quatro gerações do skate, o que é muito importante pois possibilita a troca de experiências. Andar de skate sozinho é muito chato, o bom é poder estar com a rapaziada e curtir juntos – brincou Cesinha.

O evento servirá de exemplo para outras iniciativas culturais, em projeto do Instituto E, para eventos esportivos e atrações musicais, além de grafite e exposições.

– Os skatistas voltarão a frequentar a pista reformada, mas também desejamos que não esqueçam de conservar, senão tudo feito será em vão – pediu Naroga

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