DESORDEM



VAGAS NA RUA
Embrapark não pode cobrar por estacionamento em vaga sem placa

RIO - A falta de placas indicando os horários de cobrança de estacionamento na chamada Área Azul (operada pela Embrapark, entre o Leme e São Conrado), levou a Secretaria municipal de Transportes a anunciar na sexta-feira uma decisão. Apesar de as vagas estarem regulamentadas através de portaria publicada no Diário Oficial do município, a cobrança só poderá ser feita quando houver sinalização adequada.
A Secretaria Municipal de Transportes e a Embrapark anunciaram que começaram nesta sexta-feira o cronograma de troca de placas de sinalização das vagas do sistema Rio Rotativo na área azul, que engloba oito bairros da Zona Sul. Cada etapa desse cronograma será previamente divulgada à população.

- As placas foram roubadas ou destruídas por vândalos. As áreas estão regulamentadas, mas o motorista só tem que pagar pela vaga onde existir a sinalização - disse o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão.

Em vários pontos, o tempo de estacionamento também foi reduzido de período único para duas horas , sem aviso prévio.
As alterações no sistema rotativo englobam um terço das 9.049 vagas administradas pela Embrapark em oito bairros da Zona Sul. A Embrapark tem um prazo de 180 dias para executar as alterações a contar a partir do dia 5 de maio, data do início da operação da empresa no município.

Na quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes admitiu que o município e a Embrapark erraram ao não dar publicidade às mudanças no sistema.
- Eu soube hoje pelo GLOBO. O fato não chega a ser uma novidade. É uma herança que a gente herdou. Mas já estou no cargo há oito meses e a divulgação disso era de minha responsabilidade - disse Paes.
O prefeito acrescentou que pediu para verificar se houve falhas técnicas em alterações que foram feitas. As mudanças no sistema, acrescentou ele, serão mantidas, porque serviram de base para a licitação vencida pela Embrapark
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DESORDEM

Rio Rotativo: Teste mostra irregularidades em várias áreas, como flanelinhas que cobram R$ 10 por vaga, mesmo na presença de PMs

RIO - Apesar das operações Choque de Ordem, o sistema Rio Rotativo continua cercado de irregularidades. Foi o que revelou teste feito, na semana passada, pelo GLOBO em 25 pontos com placas e/ou guardadores ditos oficiais de todas as regiões da cidade. Só três dos guardadores com colete tinham crachá de identificação. Alguns deles criaram puxadinhos, colocando carros em esquinas, calçada, praça e fila dupla. Placas do Rio Rotativo, quatro guardas municipais com cães e uma cabine da Polícia Militar. Mesmo com tanto aparato, só pagando o que estipulam os flanelinhas que controlam vagas públicas é que se consegue estacionar junto ao meio-fio da Praça São Judas Tadeu, perto da estação do trenzinho do Corcovado, no Cosme Velho. Em vez de R$ 2 para deixar o carro no local por até quatro horas, o motorista precisa desembolsar R$ 10 ao chegar, sem direito a tíquete. É o que mostra reportagem de Selma Schmidt na edição deste domingo em O GLOBO. (Vídeo: Vagas incertas do Rio Rotativo)

Na Avenida Almirante Barroso, próximo à Avenida Rio Branco, no Centro, por exemplo, um flanelinha, de camisa e calça sociais, se apresentou como o responsável pelo estacionamento. Cobrou R$ 3 para parar em fila dupla, por 15 minutos, mesmo com o motorista permanecendo ao volante. Ele fica com as chaves de clientes e tem empregados, que manobram e dão voltas com carros para que não sejam multados. Sem cerimônia, foi flagrado usando a rua e os fundos de uma banca de jornal como urinódromo.

- Estou aqui há 26 anos. O pessoal que vai no escritório do Eurico Miranda (no prédio em frente) sempre deixa as chaves comigo - disse o flanelinha, sem saber que conversava com uma repórter, na terça-feira.

Tão crônica quanto é a a situação da Avenida Graça Aranha, em frente ao Clube Ginástico Português. Um guardador com colete e sem crachá é quem dá as cartas por lá. Ele também tem vários auxiliares. Um deles foi orientado a retirar um veículo da vaga, para que o carro da equipe do GLOBO, sem identificação do jornal, parasse. Foram R$ 5, por 15 minutos, na quinta-feira passada.

Para o secretário especial de Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, é no Centro que o Rio Rotativo tem mais problemas, por causa da demanda grande e da pouca oferta:

- Mas existem problemas na cidade toda. O Rio Rotativo auto-operativo (em vigor desde 2001) é absurdo. Em maio, estamos mudando o sistema num trecho da Zona Sul (Área Azul, do Leme a São Conrado, que passará a ser administrada pela Embrapark). Estamos ainda levando para a delegacia flanelinhas, pelo exercício ilegal da profissão. Só no fim de semana passado foram cerca de 70 detidos, em volta do Maracanã.
Na Zona Sul, na Rua Arno Konder, próximo ao Largo do Machado, um guardador com colete e crachá sugeriu que estacionássemos em fila dupla. Não deu tíquete.

- Deixa solto e pode pagar na volta - disse ele, que cobrou R$ 2.

Na Praça São Judas Tadeu, foi preciso uma longa negociação com dois flanelinhas para reduzir para R$ 5 o preço de uma vaga do Rio Rotativo, por 15 minutos. Queriam receber adiantado. Diante do argumento da repórter de que precisaria trocar dinheiro, concordaram com o recebimento na volta. Um menor ficou encarregado de pegar o valor combinado
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Este ano, as denúncias sobre o Rio Rotativo passaram a ser feitas para a Ouvidoria de Secretaria de Ordem Pública, através do telefone 153 e do e-mail queroordem@rio.rj.gov.br.

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