MEIO AMBIENTE


Sedimentos do fundo da Lagoa que encheriam 38 piscinas olímpicas serão retirados


O Globo


RIO - Prevista para ser iniciada até a segunda quinzena de agosto, a dragagem da Lagoa Rodrigo de Freitas movimentará o equivalente a 38 piscinas olímpicas cheias de sedimentos. O material vai ser remanejado de cinco áreas assoreadas para dois buracos que chegam a ter nove metros de profundidade. Serão transferidos 95.357 metros cúbicos de sedimentos. O projeto Lagoa Limpa deve ser concluído até o segundo semestre de 2010. Os investimentos do grupo EBX, do empresário Eike Batista, serão em torno de R$ 30 milhões.


Todo o trabalho será monitorado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A primeira etapa da dragagem, que tem como um dos principais objetivos aumentar a circulação de oxigênio na Lagoa, envolve um volume de 21.455 metros cúbicos, próximo ao Canal do Piraquê. Em seguida, o plano de dragagem avançará pelo Parque dos Patins com um volume a ser dragado de 3.377 metros cúbicos, seguindo pela etapa do Jardim de Alá (44.445 metros cúbicos), Caiçaras Sul (14.674 metros cúbicos) e Parque do Cantagalo (11.316 metros cúbicos). O nivelamento do fundo da Lagoa não influenciará o nível da água, que hoje é controlado pela Rio Águas e mantido a 55 centímetros.

- Será uma dragagem muito cuidadosa para não deixar sedimentos em suspensão. Antes deles serem depositados nos buracos, passarão por uma filtragem por peneiramento para serem limpos - explica o biólogo Paulo Farag, coordenador do Projeto Lagoa Limpa.

A dragagem não utilizará escavadeiras e será feita por sucção para que o fundo não seja remexido. Como antecipou a coluna Gente Boa, do GLOBO, os moradores do entorno não sofrerão com o mau cheiro.

Paulo Farag explica que os dois grandes buracos são resultado da retirada de terra para aterros, nos anos 70. Um fica perto do Parque dos Patins e outro próximo ao Parque do Cantagalo. Juntas, as duas crateras somam 250 mil metros cúbicos de área.

- Com a circulação da Lagoa comprometida por causa da pequena troca com o mar, a oxigenação fica comprometida. O oxigênio não chega até o fundo dos grandes buracos, onde são produzidos os gases metano e sulfídrico. A vida neles é anaeróbia. Os pescadores passam por cima e sentem o mau cheiro - diz.

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