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Choque de Ordem faz 6 meses e Prefeitura do Rio comemora aumento de arrecadação



O Globo

RIO - Seis meses após o início da série de operações para mudar o cenário de desordem instalado no Rio, o aumento da arrecadação mostra que o carioca em situação irregular está tentando se legalizar para não ser vítima do Choque de Ordem da prefeitura. Comparando o primeiro semestre de 2009 com o de 2008, a receita com a Taxa de Utilização de Áreas Públicas (Tuap) - pagas por donos de bancas de jornais, por comerciantes para pôr mesas em calçadas, por exemplo - cresceu 71,42%, passando de R$ 1.852.541,68 para R$ 3.175.618,25. Já com a Taxa de Autorização de Publicidade (TAP), aumentou 16,26%, de R$ 5.905.461,65 para R$ 6.865.835,63. Os alvarás engordaram o caixa municipal em 5%. E a arrecadação com a Taxa de Licença de Estabelecimento (especificamente para eventos de lançamento de novos imóveis) subiu - num ano de crise econômica - 277%, de R$ 51.282,56 para R$ 193.364,32.

Qual deve ser a prioridade do Choque de Ordem para os próximos 6 meses?

.- Vivemos de 30 a 40 anos na cultura da desordem. O melhor caminho para mudar esse quadro é a repressão, aliada a um processo educacional contínuo para promover mudança de hábitos. A nova série do GLOBO ( Ilegal. Eu? ) é sensacional. As pessoas têm que rever seus próprios hábitos. Não vamos colocar um guarda em cada esquina para ser babá de infrator - avalia o secretário especial da Ordem Pública, Rodrigo Bethlem. - O aumento na arrecadação mostra que as pessoas estão buscando se legalizar. Começamos a perceber mudanças, mas ainda estamos longe do ideal.


(Bethlem conta o que mudou nos hábitos do carioca com o Choque de Ordem)

De camisa e gravata em sua sala no 7º andar do Centro Administrativa São Sebastião, na Cidade Nova, Bethlem não para quieto. Atende a inúmeros telefonemas, recebe pareceres de seus assessores a todo instante e cobra números para nortear as novas operações. Tem estado pouco tempo com a mulher e os filhos, de 17 e 7 anos. Mas não esmorece. O secretário se orgulha ao comentar a "limpeza" feita no entorno do Maracanã, considerado por ele o epicentro da ilegalidade no Rio. Neste primeiro semestre foram presos ali 467 flanelinhas; 29 pessoas foram detidas por desacato; 5.045 veículos foram multados e 1.143, rebocados.

Próximo alvo: Rocinha ou Alemão



O secretário já planeja uma ousada investida no comércio irregular. A prefeitura faz estudos logísticos para mais uma operação de Choque de Legalidade, assim com foi feito na favela de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, onde foram demolidos dez prédios , ou 300 unidades habitacionais e comerciais irregulares. O próximo alvo será o Complexo do Alemão ou a Favela da Rocinha. A prefeitura pretende usar os números obtidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para ter informações sobre as duas comunidades

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