FAIXAS


.João Pequeno, Jornal do Brasil


RIO - Dezesseis faixas espalhadas pelo bairro e dez dias, contados desde segunda-feira, são as armas e o tempo da ONG Projeto de Segurança da Ipanema (PSI) para convencer moradores e frequentadores a não darem esmolas nem comparem mercadorias de camelôs.

A julgar pelas reações constatadas terça-feira pelo JB, a tarefa parece mais difícil do que cancelar a comemoração do último revéillon na praia de Ipanema, o que a entidade – criada a partir do movimento Basta! – conseguiu com apoio do Ministério Público e da Secretaria de Segurança, alegando falta de policiais suficientes para um evento adicional à queima de fogos de Copacabana.


Desta vez, o apelo depende de convencer cada pessoa que circula pelo bairro, mas, na Praça Nossa Senhora da Paz, nenhuma pessoa ouvida pela reportagem deu apoio incondicional aos argumentos do PSI, especialmente ao de “quem compra em camelô aumenta a desordem urbana”. Dar esmolas – “uma droga que vicia e rouba o futuro”, segundo os cartazes da ONG – teve mais restrições, mas com atenuantes.


– Há uma desordem, mas não acho que correr atrás de camelô resolva – opinou o advogado Carlos Rebello, 68. – Tem que haver um espaço para eles, como em Botafogo – acrescentou, reconhecendo que faltam áreas livres em Ipanema, entre o mar e a lagoa.

Para a também advogada Márcia Pimentel, comprar de camelô não é problema “desde que o produto não seja ilegal”. Ela evita dar esmolas, no entanto. – Tem gente que ganha mais pedindo aqui do que trabalhadores de baixa renda, e acaba se acomodando.

Já a dona de casa Leny de Mello, 72, diz que dá esmolas “para cego, paraplégico”, mas jamais para crianças, “que são exploradas”.


Unanimidade não era mesmo a ideia da coordenadora do PSI, a empresária Ignez Barreto, 64 anos, há 23 em Ipanema. – Provocar polêmica também foi nossa intenção, porque levanta uma discussão necessária para o Rio, empobrecido pela desordem urbana.

– A região da Leopoldina, que já foi uma das maiores fornecedoras de ICMS da cidade acabou tomada por ocupações ilegais, população de rua, camelotagem, e espantou empresas, que fecharam suas sedes, e pessoas, que evitam passar à noite, por medo. Sabemos que Ipanema está muito longe disso, mas quando uma rua é ocupada por “10 mil” camelôs, dezenas de pedintes e venda de drogas, cria-se o hábito de não passar por ali, o que esvazia economicamente o local. Nem precisa ir muito longe, basta ver Copacabana (onde dependentes formam uma “cracolândia” na Rua Sá Ferreira, junto ao Morro do Pavãozinho).

Ignez afirma não ser contra “o trabalho do camelô legalizado”, mas também é mais rigorosa com as esmolas, especialmente às crianças. – Quando você dá esmola a uma criança, está tirando a possibilidade de futuro dela, que segue na rua, exposta a risco de drogas e assédio sexual, sem estudar

6 comentários:

  1. Repetindo:

    Vocês são uns gozadores!

    A propósito de combaterem a desordem urbana combatendo camelôs e mendigos, emporcalham visualmente o bairro.

    Seria bom que fizessem algo de produtivo, de vez em quando.

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  2. Parabéns pela iniciativa de pôr as faixas! São educativas, um bom lembrete, e muito eficazes. É bom ver que Ipanema não se deixa abandonar.

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  3. Essa ação é uma iniciativa de pessoas que se importam com o bairro e se preocupam com a segurança das pessoas que nele moram.
    O bairro está totalmente favelizado. A cada 100m tem uma pessoa pedindo esmolas de forma ameaçadora. Está cada vez mais insuportável !!!
    Eu apoio totalmente esta ação e agradeço também !!!
    Parabéns !!!

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  4. Parabéns pela a iniciativa das faixas. Muito bom e necessário falar o óbvio, ainda que pareça "politicamente incorreto".
    Contem com meu apôio.
    Edith

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  5. Prezados concidadãos,
    acredito que o fato da Feira Hippie ter retirado nossas faixas de mobilização da sociedade, é ato de desagravo contra a população e o Projeto de Segurança de Ipanema.
    Temos lutado por maior ordem urbana em consentimento com a construção de novas Políticas Públicas dos Governos Estadual e Municipal. Dessa forma, não podemos deixar que pessoas que ocupam nosso espaço público, a Praça Gen. Osório, pago por nós através de nossos impostos, façam o que bem entendam em prol de seus interesse pessoais e mercadológicos.
    JGuia

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  6. Meus parabéns pela iniciativa !

    É preciso acabar com a desordem urbana.
    Principalmente no nosso querido bairro.


    Atenciosamente,

    B. P.

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