E MAIL DE UM COLABORADOR

Boa tarde, Secretário Bethlem.



É verdade que podemos perceber algumas mudanças na postura de alguns guardas municipais, como eu mesmo já pude presenciar. Mas infelizmente essa onda ainda está muito distante de impactar a postura global da instituição.



Dois casos aconteceram comigo e com a minha esposa. Eles são especialmente preocupantes, pois ambos ocorreram com inspetores da Guarda (imagino que sejam inspetores os guardas que têm no ombro representação similar a de oficiais em forças armadas).



No dia 11 de abril, sábado de aleluia, por volta das 11:00h da manhã, minha esposa e eu abordamos o inspetor Mendes, que estava passando em frente ao número 281 da Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, para que ele abordasse um adolescente que pedia dinheiro na porta do banco Itaú, do outro lado da rua onde estava o inspetor. O mesmo tentou de todas as formas dar desculpas para não fazer o trabalho. Ele evitou dizer o famoso “isso não é problema meu”, mas tentou nos convencer de desistir, dizendo coisas como “isso é um problema social”, “vocês só sabem reclamar” – e o “vocês” dele veio recheado de preconceito, “não adianta tirar ele dali sem dar a ele um lugar para morar” etc. etc. Não desistimos e ele teve que fazer o trabalho.



Hoje, 23 de abril, minha esposa abordou os 4 guardas municipais que estavam em pé na Av. Vieira Souto, por volta das 12:00h, bem em frente à Rua Joana Angélica. Queríamos que eles abordassem um morador de rua que estava dormindo no meio da calçada da Joana Angélica, a apenas uma quadra dali. Inicialmente, um dos guardas disse que iriam ao local, mas como percebemos que nada estava acontecendo, voltamos para falar com eles, quando daí tomou a frente a inspetora Leila. Dissemos que queríamos que eles colocassem o morador de rua para circular, pois a calçada é passeio público e não pode ter ninguém morando lá. Começou a falácia de sempre: “a senhora sabe que não é nossa função...” – quando interrompemos perguntando se não era função deles zelar pela ordem do patrimônio público (função constitucional número um da guarda). Continuaram racionalizando os fatos, como “Nós vamos lá, mas se ele se recusar a sair, não podemos expulsá-lo. Teríamos que pedir reforço de outros órgãos”. Eu disse “Então vão até lá e peçam este reforço se necessário. O que não pode é não fazer nada e deixar os desordeiros confortáveis para instalar a bagunça completa.”

Após mais algumas “rodadas” de desculpas deles e respostas insistentes nossas, se comprometeram a fazer o “difícil” trabalho.



Estou mandando o email com nomes dos inspetores, pois essa postura preguiçosa e indolente tem que acabar! E entendo que só com a ajuda da população isso vai ser possível.



Saudações,

R. B. Cechinel

Nenhum comentário:

Postar um comentário