Um mês após denúncias, leitores do Globo reclamam que desordem continua nas ruas da cidade
Madalena Romeo
RIO - Um mês após a Secretaria Municipal de Ordem Pública receber as denúncias de leitores do GLOBO e o secretário Rodrigo Bethlem prometer que os problemas seriam alvo das operações de choque de ordem , os problemas continuam. Vários internautas que tinham feito queixas voltaram a reclamar das mesmas irregularidades nas ruas. Numa enquete feita pelo site com a participação de 900 leitores , 55,22% acham que as operações da prefeitura não têm dado resultado. Já 44,78% acreditam que sim.
Apesar de agentes da prefeitura já terem recolhido algumas vezes os moradores de rua que vivem embaixo do viaduto do Túnel Santa Bárbara, na Rua das Laranjeiras, eles continuam lá. O leitor Gilberto Loras Zweili, de 62 anos, que mora próximo ao Santa Bárbara e escrevera ao site contando o problema em fevereiro, cobra ação mais efetiva da prefeitura.
- Essa semana mesmo, eu voltei a vê-los, lavando roupa e cantando, como se fosse a casa deles. Sei que é um grande problema social e que não adianta somente varrê-los da rua. A prefeitura precisa de uma ação mais efetiva que dê alternativa de vida para essas pessoas. Do modo como estão fazendo, a fiscalização será vencida pelo cansaço, pois os moradores de rua voltam sempre - lamenta.
" Como pedestre, vibro quando os carros são rebocados por estarem estacionados na calçada "
Já aleitora Isabel Virgínia Pires, servidora pública, de 42 anos, é uma entusiasta do choque de ordem, mas espera ainda que as operações cheguem a outras ruas da Tijuca, além da Praça Saens Peña. Ela reclamou de carros que dominam as calçadas na Rua Mariz e Barros.
- Como pedestre, vibro quando os carros são rebocados por estarem estacionados na calçada. A prefeitura precisa dar um jeito e fazer operações em toda a cidade - pede.
O secretário municipal de Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, ressalta que não será da noite para o dia que os problemas serão resolvidos.
- O nosso trabalho ainda vai demorar para dar os resultados que esperamos. Mas a população perceberá, com o tempo, que as ações da secretaria serão permanentes. Essa permanência não só removerá a desconfiança da população como fará que ela se adeque às normas e posturas que muito contribuem para melhorar a qualidade de vida da nossa cidade - prevê Betlem.
Para o leitor Carlos Alberto Soares, analista de suporte, de 50 anos, falta choque de ordem na Zona Norte enquanto sobra na Zona Sul. Ele denunciou os buracos na pista e na calçada da Rua 24 de Maio e os ambulantes da Rua Dias da Cruz, que continuam no mesmo local.
- Se o trabalho da prefeitura for sério e contínuo, vai conscientizar na marra os cariocas para que respeitem as leis. Infelizmente, nós só mudamos de comportamento se doer no bolso - opina Carlos.
De acordo com o secretário, cada subprefeitura tem uma equipe de fiscais do controle urbano, portanto há operações na cidade toda.
- Estamos ainda fazendo operações pontuais e especiais em várias localidades - garante.
" Esse ato de boa fé acaba transformando as ruas em um lugar menos árido, menos desumano e até rentável quando, na verdade, a rua não é nada disso. "
Mas até na Zona Sul há reclamações. O leitor José Conde Monroi, engenheiro, de 49 anos, diz que Ipanema está ficando cheia de irregularidades na ruas, assim como Copacabana. Vizinho da Praça Nossa Senhora da Paz, Monroi conta que muitas vezes os moradores de rua voltam no mesmo dia em que são levados por agentes da prefeitura.
Bethlem argumenta que pessoas que as esmolas estimulam a permanência dessas pessoas nas ruas.
- As operações de acolhimento a moradores de rua são frequentes. Até agora já foram acolhidos quase 3 mil pessoas. Tem muita gente que, por pena e solidariedade, acaba doando roupas, utensílios domésticos e até dinheiro. Esse ato de boa fé acaba transformando as ruas em um lugar menos árido, menos desumano e até rentável quando, na verdade, a rua não é nada disso.
Para denunciar a desordem urbana, basta ligar para o Disque-Guarda (0800-211532), que funciona 24h todos os dias da semana.
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