Isabela Bastos e Marcelo Dias - Extra
O governador Sérgio Cabral anunciou ontem a fusão das linhas 1 e 4, levando o metrô à Barra da Tijuca a partir de Ipanema, como antecipou o Extra Online na noite anterior. Mas ao afirmar que os trilhos chegarão ao bairro dos emergentes, o governador pode ter decretado o fim do camelódromo da Uruguaiana. Para tirar a Linha 4 do papel, ele incluiu o prefeito Eduardo Paes no negócio. Os dois assinaram um acordo pelo qual Paes entregou uma mensagem à Câmara Municipal para reabilitar terrenos sem uso e sem valor de mercado como canteiros de obras do metrô.
A recuperação imobiliária desses lotes renderia com a sua venda, nos cálculos do governo, uns R$ 700 milhões. Essa seria a contrapartida estadual para a empreitada - a ser paga pela iniciativa privada. E dentre esses terrenos, está o do camelódromo. Passagem mais barata
O projeto original (Botafogo-Barra), passaria por Humaitá, Gávea, São Conrado e terminando no Jardim Oceânico. O preço da passagem, porém, inviabilizaria a Linha 4. Segundo o secretário de Transportes, Julio Lopes, custaria R$ 6,40. Com a nova solução, partindo de Ipanema, o valor seria o de hoje nas linhas 1 e 2: R$ 2,60. E a demanda aumentaria de 120 mil para 230 mil passageiros por dia.
A licitação da obra foi vencida pelo consórcio Rio Barra em 1998. Agora, será proposto à Metrô Rio, operadora da Linha 1, que entre como sócia. Na prática, a ideia - elaborada pelo chefe da Casa Civil, Regis Fichtner - é uma extensão da Linha 1. Para evitar problemas jurídicos, o empreendimento será feito em duas etapas, ao custo de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões. A construção começaria neste ano.
O trecho Barra-Gávea fica com o Rio Barra e o Ipanema-Gávea, da Metrô Rio, terá paradas nas praças Nossa Senhora da Paz e Antero de Quental e no Jardim de Alá.
- Do jeito que estava, a Linha 4 seria inviabilizada pela passagem muito cara e com uma demanda bem menor - explicou o secretário
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