CHUVEIROS NA ORLA

Chuveiros na orla

Um banho de ilegalidade do Leme ao Leblon


O Globo

RIO - Reportagem de Elenilce Bottari na edição deste domingo no GLOBO mostra que as bombas d'água que alimentam os chuveiros instalados nas areias das praias cariocas ajudam a esfriar a cabeça dos banhistas, mas não param de esquentar a das autoridades. Alavancadas pelo forte calor ou mesmo pela poluição do mar, essas fontes de água se transformaram na febre do verão e já se espalham às dezenas pela orla do Rio. Só entre o Leblon e Ipanema, o GLOBO localizou na última semana 71 instalações. Em Copacabana e Leme, foram encontradas outras 70, mas muitas barracas estavam desmontadas em razão das chuvas. O conforto é defendido por banhistas, atletas da areia e barraqueiros, mas passa longe da legalidade.

Responsável pelas outorgas para poços artesianos, o Instituto de Estadual do Ambiente (Inea) garante que só há 15 perfurações autorizadas em toda a orla do Rio, apesar das licenças municipais dadas aos barraqueiros no último governo. E, em todos os casos, esses poços só podem ser usados para o umedecimento da areia de redes de vôlei. Cada outorga está em nome do titular da rede. E o mais grave, segundo a assessoria técnica do Inea: essa água não serve para uso humano.

Os barraqueiros se defendem. Segundo Aloísio Firmo, as praias do Rio oferecem poucas opções aos banhistas. Ele lembrou ainda que o serviço público oferecido nos postos é cobrado:
- Na praia é assim: enquanto que o chuveiro público é cobrado, o privado é gratuito. Eles dizem que custa apenas R$ 1. Experimenta passar o dia na praia, neste calor, com apenas uma chuveirada? - desafia o barraqueiro que tem quatro duchas que ele chama de "as quatro quedas".

Nenhum comentário:

Postar um comentário