CACHORRÓDROMO

Associção de Ipanema sugere criação de 'cachorródromo' na praia

Ana Paula Verly, Jornal do Brasil

RIO - O verão carioca sempre foi pródigo em polêmicas. Entra ano sai ano, elas aparecem em biquínis, sungas, sambas ou até mesmo em blocos. Como não poderia deixar de ser, chegou a hora de 2009 apresentar a sua: a criação de um espaço na praia destinado apenas aos cachorros. A proposta, feita ao JB pela presidente da Associação dos Moradores de Ipanema, Maria Amélia Loureiro, é vista com simpatia pelo secretário especial de Promoção e Defesa dos Animais, Luiz Gonzaga da Costa Leite:

– A legislação proíbe, há a lei, mas ninguém cumpre. Se me mandarem algum projeto nesse sentido, vou estudar. Em princípio, é um negócio simpático. Resta saber se é viável – diz.
A dificuldade é encontrar uma forma de zelar, ao mesmo tempo, pela saúde mental e física dos animais e pela legislação, já que são poucos os locais específicos para o lazer dos cães na cidade – há apenas o Parcão, na Lagoa, próximo ao Corte do Cantagalo, e algumas praças.

– Todos os animais necessitam de exercício ao ar livre. Na realidade do Rio, muitos são criados em espaços inadequados para seu desenvolvimento. Mas devemos respeitar determinadas regras – pondera Leite.

Além do cachorródromo na areia, a presidente da Associação de Moradores de Ipanema também sugere a ampliação do espaço destinado aos cães na Praça Nossa Senhora da Paz, que “deveria ter um acesso exclusivo para os animais, para evitar contato com as crianças e demais frequentadores”. O exemplo, na opinião de Maria Amélia, que ouviu a sugestão de inúmeros moradores, deveria ser repetido em todas as praças e parques da cidade.

– Tem de haver campanha para educar a população a obedecer certas regras e fiscalização, porque não podemos ignorar a enorme população de cães na cidade. Com uma praia para eles, fica mais fácil de controlar – sugere.

Segundo a Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), 30% da população possui animais de estimação (cães e gatos).

Em maio de 2008, o Tribunal de Justiça do Rio declarou inconstitucional a Lei Municipal 4.276/2006, que autorizava o Executivo a permitir a permanência de cães na Praia do Diabo. Um verão depois, a decisão do Judiciário, um decreto municipal e uma lei estadual fizeram pouco efeito, na prática. Além de desrespeito à proibição por parte dos donos, como a reportagem do JB flagrou quarta e quinta-feira, no Arpoador e em Ipanema também não há fiscalização.
Sem 'choque' na areia

Até o fim da estação nada será feito a respeito dos cães nas praias. A Secretaria Especial de Ordem Pública, responsável pela Operação Choque de Ordem, admite que ainda não programou ações na areia. A razão para adiar a fiscalização – que também vai reprimir comércio irregular, frescobol e futebol perto do mar – é evitar tumultos em meio à grande quantidade de banhistas nesta época. Técnicos da secretaria ainda estudam uma forma de educar os donos de animais durante o ano para evitar a repetição do problema no próximo verão.

Proprietária de Nilo, um maltês de dois anos, a produtora de moda Mina Castro acha que educar a população e os animais é o primeiro passo.

– Não levo Nilo à praia porque sei que as pessoas não gostam, mas gostaria de ter um lugar onde pudesse levá-lo, devidamente vermifugado, vacinado, adestrado e limpo – propõe.
Com quatro poodles criados em apartamento, a publicitária Clarissa Pimentel conhece a dificuldade de administrar o comportamento de uma matilha no mesmo espaço – ainda que amplo. A principal delas é evitar ataques a outros cães e às pessoas.

– O problema de cachorro na praia é que ele pode atacar alguém e doenças podem ser passadas para os humanos. Mas a praia não é o único meio de transmiti-las. Há pessoas que sujam mais a areia do que os cães. Sou contra a proibição, mas os donos têm de ter consciência de certas coisas – opina Clarissa.

A veterinária Regina Lugarinho destaca algumas das “coisas” essenciais que, se cumpridas à risca, não colocam em risco a saúde da população.

– Vacinado e vermifugado, o animal não transmite doenças. Há vacina para todas os males, como a raiva. Já os vermífugos são de largo espectro, o que torna mais difícil a contaminação – esclarece.

4 comentários:

  1. UMA GRANDE PALHAÇADA !!!
    Era só o que faltava acontecer na praia de Ipanema.Por que fazem esse cachorródromo na Lagoa,onde existem espaços livres para tal.Não para dar ibope tem que ser na praia de Ipanema,que tal no posto 9 ??Ótima idéia não acham ?
    Quanto a aumentar o espaço da Praça é uma outra idéia estúpida.A Praça está presisando de limpeza,peixes estáo morrendo,vagabundos dormindo lá por dentro e essa Associação que acaba de abrir querendo mais espaço pros cachorros.QUANTA ESTUPIDEZ JUNTA.FAÇAM ALGUMA COISA DE BOM,AO INVÉS DE INVENTAREM BESTEIRA.

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  2. Fiquei surpresa em saber, através de jornal , que a Presidente da Associação dos Moradores de Ipanema quer fazer da Praia do Diabo, um dos pontos mais bonitos de Ipanema, recreação para cachorros e aumentar o espaço que é reservado para cachorros na Praça N.Sra da Paz, sendo que eles já ocupam toda a àrea , um absurdo! Existem coisas muito mais importantes para se cuidar em Ipanema do que isso!
    Sem mais comentários.

    ( Moradora de Ipanema)

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  3. Acho uma ótima ideia, mas não na praia de ipanema e sim na do Diabo.
    O mundo inteiro tem espaço destinado para cães, 30% da população tem animais.
    A praia do Diabo tem pouca ou quase nenhuma frequencia de banhistas, apenas poucos jogadores de frescobol vão a praia naquele ponto.
    O Brasil é assim, aqueles que não seria afetados com a melhoria são contra, aposto que essas pessoas que comentaram nunca foram a praia do diabo dar um mergulho, porque ninguém vai mesmo....

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  4. Apoio totalmente a liberação da Praia do Diabo. Essas discussões retóricas de que "é proibido mas ninguém cumpre" tem que acabar. Não levo meu cachorro na praia porque é proibido e inclusive já chamei a polícia para mandar tirar seu dono e o cachorro dele do posto 9. Mas se fosse permitido na praia do diabo, ficaria mais fácil para a GM fiscalizar.

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