MAURO VENTURA

Enviado por Mauro Ventura -

Os leitores e Rodrigo Bethlem

Rodrigo Bethlem, com quem conversei para a coluna Dois Cafés e a Conta da semana passada, me pareceu bem-intencionado. Até porque não duvido nada que o secretário de Ordem Pública queira mostrar serviço porque sonhe em ser candidato a prefeito.
Alguns leitores se manifestaram sobre a entrevista, com elogios, críticas, queixas e sugestões. Reproduzo trechos das mensagens.

Maria da Gloria Guimarães escreveu:

"Realmente há muito para fazer! Mas acho que ele está no caminho certo! Já escrevi ao site do GLOBO sugerindo que ele envolva a população, que certamente estará disposta a colaborar, principalmente na questão da limpeza. Essa participação também estimulará posteriormente a conservação."
Ela solicita ainda o telefone ou o e-mail da Secretaria de Ordem Pública. Em breve, Maria da Gloria, a secretaria vai anunciar o número e o e-mail para sugestões, queixas e reclamações.
Prometo que assim que estiver funcionando eu aviso.

Antonio Canetti disse:

"Estou lendo sua coluna e vi o que o síndico Rodrigo lhe respondeu sobre a cidade! Gostaria de argumentar o que eu presenciei esta semana no meu bairro. Passei de bike pela Visconde de Pirajá, e estava cheia de carros parados do lado direito da rua, engarrafando o trânsito. Andei de bike pela Lagoa na sexta, às 19h, e estava escura e sem policiamento. Saí no sabado à noite, e às 20h o sinal em frente ao Flamengo estava cheio de pivetes. Fui à praia no domingo, e a calçada da Farme de Amoedo estava tomada de carros, sem contar que na sexta, no sábado e no domingo eu só durmo de janela fechada - duas, uma de aço -, além de ar condicionado ligado, ventilador para fazer barulho e tapadores de ouvido que ganhei num voo. Tudo por causa dos bailes funk no Morro do Cantagalo. E meu IPTU veio mais caro e está em dia."

Antonio tem toda razão. O Rio dá nos nervos de qualquer um. O jeito é torcer.

Theresa Wolff também se manifestou:

"Gostaria que usassem da sua habilidade costumeira, aliada às investidas da nova administração da prefeitura, em especial as atitudes excelentes do Sr. Rodrigo Bethlem, para que cessassem os abusos de um trio elétrico que fez um show na Praia do Leblon, junto à subida da Niemeyer. Hoje, domingo, 25 de janeiro, por volta da hora do almoço, o som era tão alto que parecia que tocavam dentro da nossa casa. Além de se impor um ritmo e uma melodia que podem não agradar a todos, a altura do som com certeza irá causar danos não só a eles como a qualquer pessoa que estiver a 500 metros, como era, acredito o nosso caso. Além de termos que pensar nos idosos, nos doentes e nos bêbês que necessitam de repouso e respeito."

Certíssimo, Theresa, barulho também é violência.

Luiz Carlos Garrido é outro que enviou mensagem:

"Gostaria de lembrar ao senhor Rodrigo Bethlem que as suas palavras transcritas serão lembradas, e espero que ele tenha maturidade, conhecimento, sensibilidade, coragem e firmeza para conduzir ações que permitam à Prefeitura do Rio resgatar sua credibilidade no ordenamento urbano da nossa cidade. Já vimos esse filme várias vezes e eles sempre se tornaram obras de ficção. Sugiro que faça periodicamente, em suas entrevistas, acompanhamento da evolução real dos trabalhos realizados por essa secretaria tão importante para nossa cidade."

Da minha parte, Luiz, estarei sempre atento.

Por fim, Osmany Magalhães Lacerda listou cinco casos que o levam a desconfiar de promessas:
"1. Desde 1997 reclamo dos motoqueiros do Mister Pizza trafegando sobre a calçada da Avenida 28 de Setembro. Foi feito até um abaixo-assinado dos moradores de Vila Isabel sobre o assunto e entregue aos órgãos públicos. Até hoje tudo continua como dantes;

2. As calçadas das ruas Felipe Camarão e Visconde de Abaeté, para não citar outras, tornam-se 'propriedades privadas dos comerciantes e seus clientes'. Os pedestres têm que andar no meio da rua, isto quando as mesmas não são totalmente interditadas, inclusive para tráfego de veículos;

3. As escolas de samba, e a Vila Isabel não é diferente, já receberam o Sambódromo, terrenos públicos para edificar suas quadras, barracões, Cidade do Samba, mas ainda precisam interditar ruas e avenidas principais como 28 de Setembro e Conde de Bonfim para fazerem seus ensaios em dias de semana e na hora que o trabalhador está retornando cansado para sua residência;

4. Os buracos abertos pelas concessionárias de serviços públicos para algum reparo levam meses, e até anos, para serem fechados;

5. Tivemos um prédio vizinho, na Rua Araújo Lima, que foi motivo de auto de interdição da Defesa Civil por seu estado de má conservação e risco de desabamento. Providenciamos toda a documentação necessária e entramos, dentro da lei, com pedido de licença para demolição em 30/10/2008. Até hoje tal licença não foi concedida, os riscos se agravam por causa das chuvas, e as exigências e desculpas são irritantes e infundadas.
Já passei dos 60, sempre fui democrata, liberal, educado, paciente, ordeiro e cumpridor das leis, mas existem fatos (e tenho muitos até mais graves do que os acima citados) que me obrigam sempre a manter 'dois pés atrás' quando leio estas entrevistas com políticos e governantes. Apesar de tudo, parabenizo-o pela entrevista, apoio as intenções e atitudes do secretário, mas me tornei um cidadão idoso tipo São Tomé: 'Só acredito vendo e sentindo que as coisas estão acontecendo'."

Osmany não está sozinho em manter o pé atrás. Início de governo costuma ser assim, cheio de promessas. Estarei de olho.

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