FESTAS NA ORLA

Rave dá lugar a tendas particulares em Ipanema

Bruna Talarico, JB Online

RIO - Mesmo sem a programação de festa com música eletrônica, algumas pessoas escolheram Ipanema para passar a virada de ano. No fim da tarde, muita gente curtia da Pedra do Arpoador o último pôr do sol de 2008. Na areia da praia, alguns donos de quiosques montaram tendas. Em frente ao posto 9, foi contratado um DJ de São Paulo para animar a festa de 700 pessoas, prevista para começar às 22h e só terminar às 6h.

O empresário italiano Marcelo Palazzo, de 37 anos, 14 deles morando no Rio, decidiu passar o Réveillon com o filho Nicolas, de 3 anos, em Ipanema, por não ter a multidão da vizinha Copacabana.

- A rave atrapalha do mesmo jeito do que o samba atrapalha do outro lado da praia (Copacabana). As pessoas têm que ser educadas acima de tudo – destacou.

Ao contrário da tradicional oferenda aos mares e à Yemanjá, um grupo de alemães foi flagrado soltando balão, agradecendo aos céus tudo de bom que aconteceu em 2008.

- Qualquer comemoração para o dia 31 é válida. É só uma vez ao ano, é uma maneira de festejar o ano que vai chegar e agradecer pelo ano que passou – explicou Mike Shadrack, 46 anos, que mora no Rio há um ano.

Vindos de Cordeiro, da Região Serrana, mãe e filho passam o Ano-Novo no Rio todos os anos. Na última virada, o fisioterapeuta Rafael Gonçalves, 31 anos, aproveitou o primeiro dia do ano na rave de Ipanema.

- Sujo fica em qualquer lugar. Ano passado, a festa foi tranqüila e segura. Não vi nenhum dos problemas apontados como desculpa para não fazer a festa – acrecsentou Rafael.

Além de pedidos comuns, como saúde, paz e felicidade, o casal Humberto Santos Pires, de 41 ano, e Vânia de Carvalho Pinto, 42 anos, de Thomaz Coelho, no subúrbio, deixaram oferendas no mar de Copacabana pedindo que o prefeito eleito Eduardo Paes observe a questão social, principalmente, a violência, na raiz.

- Mesmo que as três esferas de governo (federal, estadual e municipal) estejam interligadas, o Paes ainda está muito teórico, precisa estar mais na prática e entender que a violência foi produzida por um meio social – orientou Vânia.

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