SERÁ QUE VAI DAR CERTO ????

Projeto para blocos prevê banheiros químicos em caminhões


Felipe Sales, JB Online


RIO - O carnaval de rua do próximo ano terá uma novidade que promete agradar desde foliões a moradores que se irritam com a devastação causada pelo exército de Arlequins e Colombinas. Pelo menos 20 blocos da Zona Sul e do Centro já aderiram ao projeto Bloco de Ouro, que promete seguir a multidão com caminhões-pipa, banheiros químicos móveis, serviços de achados e perdidos e até equipes de coordenação de trânsito, apoio médico e catadores de lixo – todos devidamente fantasiados, no clima da festa.

A iniciativa já conta com empresas interessadas, mas os acordos ainda estão sendo fechados e até a prefeitura já sinalizou positivamente. Por e-mail, o prefeito Cesar Maia disse que ainda vai receber o projeto, mas já soube “ser muito bom”. Idealizador da proposta, o publicitário Felipe Nogueira, 25 anos – proprietário de uma empresa de marketing cultural – ainda espera marcar um encontro com o prefeito eleito, Eduardo Paes, mas já fechou parcerias e promete botar seu bloco na rua a partir do próximo mês.

– Precisamos principalmente de apoio financeiro, mas o interesse tem sido excelente – contou Felipe. – Queremos destacar que de forma alguma vamos formatar os blocos ou limitar a folia. O espírito anárquico típico do carnaval de rua será mantido. Somos uma espécie de movimento de conscientização dos foliões e de conservação do carnaval de rua como patrimônio da cidade.
São cinco as principais propostas do projeto, que começou a ser idealizado no último carnaval. Depois que o bloco passar, a multidão será acompanhada por um caminhão com plataforma baixa onde serão instalados banheiros químicos. Haverá ainda equipes lúdico–efetivas: juízes para promover apitaço e dar cartão vermelho a quem urinar na rua, policiais com armas d'água e algemas de plástico, patinadores auxiliando o trânsito e homens-cesto carregando lixeiras nas costas. Em seguida virão os caminhões-pipa para jogar pelo ralo o fim de festa.

A idéia é que haja ainda um serviço de informações para pessoas perdidas, incluindo uma central de achados e perdidos, tendo em vista a quantidade de carteiras, chaves e objetos pessoais deixados na avenida por foliões mais distraídos. O Bloco de Ouro planeja também confeccionar um mapa com horários dos blocos e serviços úteis, como táxis, por exemplo.

Dos 20 blocos que já aderiram ao projeto, alguns dependem de cláusulas no contrato com as empresas parceiras para evitar conflito entre os patrocinadores.

– É fundamental que se tente organizar os blocos, pois a situação está incontrolável – apoiou a presidente da Câmara Comunitária do Leblon, Evelyn Rosenzweig. – Não queremos de forma alguma acabar com o carnaval de rua, mas é preciso tentar organizar o trânsito pois muitas pessoas têm parentes doentes, por exemplo, que podem precisar de ajuda rápida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário