POLÍCIA ?

Enviado por Mauro Ventura -

28.10.2008

Policiamento às avessas nas ruas de Ipanema

O webdesigner Luiz Filho andava pelas ruas de Ipanema quando foi assaltado. Até aí nada de mais. Mas há um dado novo na história de Luiz, que voltava para casa na última quinta-feira, depois de sair de um bar na Maria Quitéria, às 4h.

Eis seu relato:

"Fui abordado por um policial militar, que perguntou se eu estava com drogas. Disse que não, e falei que estava meio alto pois tinha tomado caipirinha. Eis que o policial começou a me revistar e, sem pedir licença, meteu a mão nos meus bolsos e foi sacando tudo de dentro: carteira e dois celulares, um deles um N95 da Nokia, meu sonho de consumo, que comprei há um mês.
"Ele abriu minha carteira e revistou tudo. Todas as divisões dela. E ia colocando tudo em minha mão. Quando devolveu os dois celulares, fui botar no outro bolso. Nessa hora, o PM segurou firme a minha mão e disse: 'Não.' E pegou os dois celulares e fingiu pôr em meu bolso, levando meu N95.
"Na segunda-feira, enviei e-mail para o Cesar Maia, e ele logo respondeu, dando um foward para o (tenente-coronel) Marcos Amaro (do Gabinete Militar da prefeitura). Ele disse que eu teria que ir ao 23°BPM, no Leblon, e registrar queixa-crime.
"Fui lá e um policial militar me fez descrever e registrar a ocorrência. Na noite em que aconteceu o episódio, por ter ficado obviamente com medo do policial e estar meio alterado pelo álcool, não anotei o número da patrulhinha nem o nome do PM.
"O pessoal do 23° foi muito legal comigo, porém escutei uma frase que me deixou descrente de tentar mais alguma coisa.
O PM falou: 'Você não anotou o nome do policial militar nem a patrulhinha. É como se você tivesse dado o celular para ele pela sua própria vontade'.
"E o prejuízo será até o fim do meu contrato com a Vivo, além de perder o celular com todos os telefones dos meus clientes - estou desempregado, mas faço alguns frilas. Perder um celular que pagarei ainda cinco parcelas de R$ 165. Detalhe: terei que continuar utilizando o plano pós-pago durante 11 meses.
"O que me resta é fazer hoje um BO (Boletim de Ocorrência) na delegacia de polícia, pois o atendente da Vivo disse que mesmo eu bloqueando o aparelho celular qualquer um sabe como burlar e desbloquear o número de série. Para que então existe a opção de bloquear por roubo ou perda do celular, como ouvi no menu do teleatendimento da Vivo? E a própria atendente disse que eu não precisava fazer BO, pois constava na minha conta que bloqueei o aparelho… Imagino a polícia invadindo a minha casa e eu ligando para o *8486 e esperando os 26 minutos para a ligação cair…
"Deixo aqui meu desabafo e alerta para que se passarem de madrugada pelas imediações da Rua Maria Quitéria com a Prudente de Moraes abram os olhos se forem abordados por um policial afro-descendente, parrudo, de cerca 1,82m. Prestem atenção em todos os movimentos dele."
Luiz resolveu não se intimidar e quis tornar público seu assalto. Ele me escreveu de novo agradecendo a divulgação do episódio:
- Muitas pessoas não serão assaltadas sabendo dessa história.

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