PARQUE GAROTA DE IPANEMA

Contra o social

Favela Surfe protesta após ser retirado do Parque Garota de Ipanema

Publicada em 21/10/2008 às 19h43m

Ludmila Curi
RIO - O projeto Favela Surfe Clube, que há dez anos atuava no Parque Garota de Ipanema, fez uma manifestação no início da tarde desta terça-feira contra a sua saída do local. O protesto reuniu cerca de 30 pessoas, entre alunos, moradores e surfistas, que apoiavam a iniciativa. O grupo foi desalojado pela Fundação Parques e Jardins, na última sexta-feira. A sala, antes ocupada por pranchas, roupas de borracha e barracas, será agora utilizada pela Comlurb. Alexandre da Silva Carvalho, um dos fundadores e diretor técnico da escolinha, acredita que o despejo está relacionado à adoção do parque pelo Instituto E, ligado à loja Osklen.
- É muito coincidência a gente ser desalojado e logo na seqüência ter a adoção do parque. Não vou fazer papel de palhaço. O local ali é muito prático, pela proximidade com a praia. Quando assumimos, contornamos problemas da área, como a violência e a população de rua que ficava no lugar. Vamos protestar - disse Alexandre.

O Favela Surfe atende hoje 68 crianças das comunidades do Cantagalo, Pavão, Pavãozinho, além de filhos de porteiros das redondezas. O grupo promete outro manifesto, quando acontecer a coletiva sobre a adoção do parque pelo Instituto E, que vai investir R$ 700 mil na revitalização do local. O Garota de Ipanema completa 30 anos em dezembro.
Em nota divulgada na tarde desta terça, o Instituto E informou que a proposta para recuperação do Parque Garota de Ipanema leva em consideração o bem-estar da comunidade e de todas as associações envolvidas com a região de Ipanema e arredores. Segundo o instituto, o projeto de revitalização do Parque Garota de Ipanema pretende gerar um movimento de valorização do bairro e de inclusão social não somente por meio de melhorias nas instalações do local, mas também promovendo atividades culturais e esportivas. O Instituto E disse ainda que a proposta de recuperação foi apresentada à comunidade e obteve apoio de representantes da AMAPSA (Associação dos Moradores do Posto Seis e Arpoador), da AMIPANEMA (Associação dos Moradores de Ipanema) e do PSI (Projeto de Segurança de Ipanema).

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