A MULHER DE BRANCO


Ana Maria Carvalho, a mulher que só anda de branco pelas ruas e areia de Ipanema, continua pelo bairro enquanto não vende sua casa na Joana Angélica com Barão de Jaguaripe.
A praia aqui já foi melhor, agora tem muita gente estranha , diz num intervalo de suas caminhadas diárias entre o Arpoador e o Jardim de Alah num impecável biquíni, adereço de cabeça e sapatilha Moleka, tudo branco.
Ela é filha de Luis de Carvalho, um dos maiores apresentadores do rádio na década de 60, e foi casada com o compositor Marcos Vale, com quem gravou faixas de LP. Ana também foi cantora do grupo de Sérgio Mendes.
Ipanema tinha mais joie de vivre , diz, intrometendo a expressão em francês, língua que fala com fluência e, às vezes, sem que haja qualquer aviso, passa a ser o idioma predominante em suas conversas. Antes de andar na areia quente da praia, Ana faz a dança do sol perto da água (coreografias com as mãos para cima criadas pela própria). Na sacola a tiracolo, carrega uma canga branca, outro par de Moleka (detesta sujar os pés com areia) e um maço de cigarro Capri. Já foi Chanceller. Mudei. Gosto de mudar , diz. Turistas, encantados com sua figura, pedem para tirar fotos a seu lado. É o preço da fama e Ana topa. A mulher de branco de Ipanema não usa filtro solar.
Sua casa foi vendida,mas ela continua sua ronda pela Joana Angélica.Fica parada horas em frente à sua antiga casa.

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